Cláudio Noronha da Silva Júnior

Cláudio, o seu parágrafo está bem escrito, com boa estrutura e coesão. Entretanto, ele parece estar antecipando soluções para os problemas discutidos anteriormente, o que dá a ele um tom conclusivo.

Essa atividade, na verdade, tinha como objetivo a produção do segundo parágrafo argumentativo do texto, com base na negligência estatal (tema destacado em vermelho na introdução). Ou seja, o foco deveria estar na análise crítica e aprofundamento do problema, e não na sua resolução.

Já o parágrafo que você elaborou, ao abordar os estigmas mentais e sugerir formas de combatê-los, acaba se aproximando do modelo de conclusão, o que pode prejudicar a progressão adequada do texto dissertativo-argumentativo.

Se precisar de apoio para reformular o parágrafo dentro do foco esperado, estou por aqui!

Veja um parágrafo de modelo:

“Em primeiro lugar, cabe ressaltar que a falta de informação da sociedade brasileira é o principal catalisador da problemática. De fato, o avanço dos meios de comunicação é responsável pela rápida disseminação de notícias, principalmente no meio digital, mas isso não significa que os cidadãos se encontram mais conscientes acerca de temáticas sociais. Dessa forma, ainda que diversos estudos atuais corroborem para o fim da relevância da saúde mental e a legitimidade dos distúrbios psíquicos, as raízes de uma intolerância generalizada ainda questionam a veracidade da doença. Consequentemente, os indivíduos portadores de transtornos psicológicos vivem em um meio degradante de discriminação estrutural, enfrentando constantemente a invisibilidade presente na sociedade brasileira. No espectro literário nacional, a obra real-naturalista O Alienista, de Machado de Assis, retrata as mazelas associadas aos estigmas e padronização de comportamentos divergentes. Nesse viés, considerando a denúncia machadiana é evidente que ao negligenciar a complexidade das pessoas com distúrbios mentais, devido a estigmas baseados no estereótipo de incapacidade ou de invalidez desses indivíduos, a sociedade míope alimenta uma visão eugenista e tóxica, limitando as diversas possibilidades de manifestação do ser humano.